quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Dificuldades de concentração e a TV


Nosso estudo sugere que os pais deveriam tomar medidas para limitar o número de horas que seus filhos assistem televisão”, declarou por correio eletrônico, Bob Hancox, diretor do estudo, da Universidade de Otago (Nova Zelândia).

Segundo os resultados apresentados na revista médica Pediatrics, as crianças que vêem menos de duas horas à televisão por dia na infância, não aumentam seu risco de sofrer transtornos de atenção na adolescência. Mas a partir da terceira hora, o risco aumenta cerca de 44% por cada hora adicional que se passa cada dia diante da TV. “Os efeitos foram especialmente encontrados em crianças que assistiam à TV mais de três horas diárias”, destaca Hancox.

Crianças pequenas que passam mais de duas horas por dia assistindo à televisão correm duas vezes mais risco de desenvolver asma, de acordo com um estudo britânico publicado na revista de medicina respiratória Thorax.

Os cientistas dizem, contudo, que o problema se deve menos à TV em si e mais ao estilo de vida sedentário ligado ao hábito de assisti-la.

O estudo da Universidade de Otago (Nova Zelândia), se baseou em 1.037 meninos e meninas, que foram examinados a cada dois anos desde os cinco aos quinze anos como marco da pesquisa sobre desenvolvimento infantil e saúde. 

Entre outras perguntas, pediu-se aos pais e crianças que dissessem quanto tempo assistiam televisão. Para avaliar se sofriam algum problema de déficit de atenção, perguntou-se aos menores, assim como aos seus pais e professores, se somente conseguiriam manter-se atentos durante um tempo anormalmente curto, se tinham uma baixa capacidade de concentração ou se distraíam com facilidade.

Por exemplo, fizeram perguntas como: “Quando alguém fala contigo, custa prestar atenção a ela?”; “Ocorre com frequência começar os deveres e não terminar?”; “Você custa fazer os deveres se existem ruídos, ou algum tipo de atividade física na casa?”.

Estudos anteriores detectaram que o abuso da televisão na infância implica em problemas de déficit de atenção mesmo que ainda cursem o primário. Mas nenhum grande estudo havia analisado até agora se esses problemas perduravam até a adolescência.

 “Nossos resultados indicam que os efeitos da televisão sobre a capacidade de atenção são duradouros”, afirma Bob Hancox.

Esses efeitos a longo prazo, foram comprovados em jovens que reduziram as horas de televisão antes de chegar ao ensino médio, mas os que apresentavam problemas relacionados com o abuso da TV na infância, se mantiveram.

Os pesquisadores alertam contra o costume de algumas famílias de ligar a televisão para que as crianças fiquem tranquilas, por exemplo, na hora do café da manhã. “A esses pais eu lhes diria que tratem de reduzir as horas diante da TV”, declara Hancox.

 “Além de tudo, as crianças conseguiam se entreter durante milhares de anos antes que a televisão fosse inventada”.

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